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Um papo franco de uma assessora de imprensa aos digital influencers

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Em conversas na roda de amigos de assessores de imprensa o assunto é dominante: a mídia tradicional está cada vez mais difícil e o que vamos fazer com os nossos clientes? Passaralhos, equipes reduzidas, muito assunto para pouca gente. Não preciso dizer aqui que é quesito obrigatório acompanhar os desdobramentos das novas mídias e o que podemos oferecer aos nossos clientes de diferencial para se tornar fonte, vender seus produtos, se tornar conhecido, enfim, criar novas estratégias. Esse é o nosso papel.

Muito se fala dos digital influencers, millennials, e outros termos em inglês que surgem a cada segundo nas redes sociais oferecendo visibilidade sobre assuntos e serviços. Ok, entendo que é uma forma crescente de mídia e que as empresas podem investir nisso como uma forma de chegar ao seu stakeholder. Também respeito muito o trabalho de quem faz com honestidade e gera retornos significativos para as marcas em uma troca de interesses comerciais.

Mas, tenho percebido nos últimos meses uma crescente falta de bom senso por parte dos influenciadores digitais que chegam até mim. Na agência em que sou sócia, uma influenciadora perdeu o prazo da confirmação do convite e fez barraco quando soube que havia se encerrado. O outro passou meu número de celular particular para diversos influenciadores que me enviavam mensagens de madrugada e me interpelavam nas minhas redes sociais. Mais meia dúzia me enviou e-mails implorando press kit press trip. Foi então que, de novo, na roda dos amigos, percebi que isso é uma crescente nas agências de comunicação.

Por isso, com toda franqueza, decidi escrever esse textão. Não espero que seja tomado como uma agressão aos influenciadores, porque sinceramente essa ferramenta pode sim ser eficaz na comunicação, indico aos clientes, mas com a responsabilidade de quem cuida, primeiramente, de uma marca. O que pretendo aqui é orientá-los a melhorarem as suas ações.

Para os influenciadores que estão começando, querem se integrar às marcas e vender seu espaço, seguem algumas dicas essenciais:

  • Para vender seu peixe você precisa de um mídia kit. Apresentar quantos seguidores, alcance, engajamento, público alvo e trabalhos é um bom começo. Esse é o primeiro passo para a agência entender o que você oferece;
  • As agências de comunicação programam suas ações com influenciadores com muita antecedência. Se você não recebeu o convite, provavelmente para aquela campanha seu perfil não se encaixa. Mas, não se preocupe haverá outras oportunidades;
  • É comum marcas muito grandes ou queridas pelo consumidor receberem e-mails de influenciadores se convidando para o evento. Entendemos completamente seu interesse, mas olha: isso é não é bem visto e a probabilidade de você sair do mailing é de 100%. E insistir muito é pior ainda, você se queima em um mercado inteiro;
  • Quando o assessor de um estabelecimento ou o responsável pelo evento não te coloca no mailing provavelmente você não o convenceu no mídia kit. Pense em reinventá-lo, pode ajudar;
  • Você foi convidado para o evento, mas seu amigo influenciador não foi? Tudo bem enviar o e-mail corporativo do responsável para o amigo, afinal, é importante a agência conhecer sempre novos perfis, mas não ceda o contato do whatsapp sem autorização. Não é todo mundo que tem o mesmo bom senso que você;
  • Todo mundo ama fazer os “recebidos”, mas não mendigue press kit e press trip. As agências normalmente têm cotas fechadas para o envio dos brindes e viagens. Pode acreditar: nem a assessora de imprensa ganha na maioria das vezes;
  • Você já enviou mídia kit, vive entrando em contato, mas nunca é convidado? Deixa eu te contar: hoje existem plataformas que indicam quem é o influenciador, seu engajamento e veja só: até se você compra seguidores. Além disso, existem técnicas bem eficientes de notar um possível “fake influencer”. Por isso, não tente mentir no mídia kit. A agência consegue descobrir quando o discurso não condiz com a realidade. Pense nisso também;
  • Quem você impacta é mais importante do que quantos você impacta. O influenciador de 400 seguidores pode ser melhor do que o com 400 mil. Comece a pensar nisso também.
  • Se você tem orçamento que tal pensar em uma agência que cuide da sua carreira de influenciador? Sua imagem é o seu negócio.

Via Bruna Paranhos

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